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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Pessoa

Não quero rosas, desde que haja rosas.
Quero-as só quando não as possa haver.
Que hei-de fazer das coisas
Que qualquer mão pode colher?
Não quero a noite senão quando a aurora
A fez em ouro e azul se diluir.
O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir.
Para quê?... Se o soubesse, não faria
Versos para dizer que inda o não sei.
Tenho a alma pobre e fria...
Ah, com que esmola a aquecerei?...

Fernando Pessoa

3 comentários:

Anónimo disse...

O 'nosso' Chaparro tá mt poético :P é bem, é bem :)

Anónimo disse...

Tás com o periodo?

Jojo Of The Jungle disse...

Meu grande amigo Sam, penso que o melhor complemento a este profundo e verdadeiro pensamento de Pessoa, sobre o comum português, será aquela música de outro grande senhor do panorama artístico do nosso país, de seu nome António Variações ... "Estou bem aonde não estou, porque eu só quero ir aonde eu não vou, porque eu só estou bem, aonde estou" ...

Jojo