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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

TV

Ontem vi por acaso o programa do provedor na RTP. Ao escrever este post estou a sentir-me um pouco na pele do provedor, mas sem intenção nenhuma de mudar algo ou de pressionar ninguem. Apenas dizer uma opinião, como alias faço sempre aqui por estas bandas. Infelizmente ter um blogue não é sinonimo de mudar o mundo. Senão já teriamos o Benfica campeão antes do fim da 1ª volta.
Acabei agora de ver os Idolos. Que concordo ser um bom programa de entretenimento para um canal generalista como a SIC (canal este que raramente vejo). Não vi todos os episodios até aqui, mas agora já está numa fase onde o pessoal que por lá anda já canta qualquer coisinha, e o interesse do programa não é apenas ver as figuras tristes de quem não tem a minima noção da realidade.
Mas neste programa há algo que me faz muita, mas mesmo muita confusão. A mentalidade de milhares destes concorrentes, para quem a participação neste programa parece ser um assunto de via ou morte, e para quem o facto de ser famoso é o objectivo numero um na vida. Não critico o facto de estas pessoas terem um sonho e objectivos, pelo contrário. Apenas acho que estão equivocados. Se querem ser alguem no mundo da musica estão a bater na porta errada.
Ora vejamos. Quantas edições dos "Idolos" já existiram? E quantas Operações Triunfos? E quantos Idolos Pop sairam destes programas e são hoje em dia alguem na musica nacional?
Mas ok, estes programas nem são dos piores, e voltando à historia do provedor, venho por este meio fazer uma pergunta. Mas quem é que no seu perfeito juizo gasta dinheiro em produzir programas como o "Dança Comigo", ou o "Dança Comigo no Gelo"? Ou aquele da Julia Pinheiro com as criancinhas a cantar? Ou o pior de todos os programas que eu vi na televisão portuguesa nos ultimos tempos, aquele "Familia, Familia" apresentado pela fraquinha Sonia Araujo, que não tem o minimo talento. Este programa é absolutamente ridiculo e o pouco do que vi apenas deu para ter um sentimento de vergonha alheia. Mas os Dança Comigos não ganham muito aos pontos. Programas sem qualquer interesse, e apresentado por caras bonitas, mas que nao acrescentam nada. Acho que não sou só eu que já não tenho paciencia nenhuma para a Catarina Furtado e as suas ridiculas poses e caras.
É aqui que volto ao programa do provedor. Ontem por lá debatia-se o facto de as estações de televisão não gostarem de incluir nas suas programações programas puros de musica. Promovendo as bandas e cantores nacionais e internacionais. Aliás, acho que só o Top+ vai conseguindo resistir.
Agora pergunto eu para finalizar, principalemente nos canais publicos onde se deveria fazer serviço publico, não seria preferivel trocar estes programas de entretenimento da treta (para nao dizer de merda), e apostar em concertos e programas musicais? Cinema de qualidade, ou teatro?
Quando falo de concertos ou teatro, não me refiro apenas as coisas mais intelectuais, concertos de uma maneira transversal, desde o Toni Carreira, até aos Radiohead. Teatro e filmes de todos os estilos. Ou até um talk show decente, com convidados, e musica? Não seria mais proveitoso para quem vê, e para quem faz?
Eu acho que sim.
Eles acham que não...

2 comentários:

Carneirita disse...

Eu não tenho por hábito deixar comentários nos blogs, mas hoje não me contive. Assim, vi que eu não estou a ser mázinha quando penso no programa "Família, Família" como o pior programa de entertenimento dos últimos tempos, um atentado público a qualquer ser racional (bem..como gosto muito dos irracionais também não os sujeitava a essa tortura). Posso mesmo dizer que supera alguns dos tesourinhos deprimentes.

P.S. Beijinhos para a Inês

Senator Buscetta disse...

Concordo perfeitamente contigo. Eu de resto não vejo nenhum programa deste género, nem mesmo o popular Ídolos, preferindo ver uma boa série, filme ou concerto.

Ainda há tempos li um artigo de opinião britânico onde se falava disto. Para as emissoras é muito mais fácil produzir um reality show do que uma série de qualidade. Primeiro porque o formato televisivo do reality show é muito menos dispendioso (trantando-se maioritariamente de formatos importados dos EUA) do que a produção de uma série familiar de interesse. Segundo porque uma série tem uma probabilidade de falhanço muito superior à de um reality show, que por muito mau que seja, não obriga a acompanhamento e enche sempre a necessidade de engolir parvoíces que o "povo" necessita de visualizar, muitas das vezes não procurando alternativas por mera inércia. A série se não for uma temática que agrade à grande maioria da população portuguesa passa ao lado tornando-se um flop muito dispendioso porque as possibilidades de exportação são, como se sabe, muito reduzidas.